O plano de recuperação da 123 Milhas na Recuperação Judicial colocou mais de 700 mil clientes em uma encruzilhada angustiante. A proposta, que será votada pelos credores, define o futuro de milhões de reais em viagens e sonhos frustrados, mas a um custo que muitos consideram inaceitável. O dilema é claro e brutal: aprovar um acordo que exige uma espera de anos para o ressarcimento ou rejeitá-lo e empurrar a empresa para o abismo da falência, onde a chance de reaver o dinheiro pode ser ainda menor. Esta decisão, que afeta centenas de milhares de famílias brasileiras, está sendo acompanhada de perto no processo que corre no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, pois o que está em jogo é a possibilidade de recuperar o prejuízo ou perdê-lo para sempre.
A Recuperação Judicial 123 Milhas terá audiência Amanhã. Acompanhe ao vivo. Link Abaixo no Site TJMG no Youtube.
O Dilema na Mesa: Aceitar ou Rejeitar?
A proposta da empresa, segundo a própria, visa garantir a continuidade do negócio e o pagamento das dívidas. No entanto, para que isso aconteça, o plano precisa ser aprovado pelos credores e pela justiça. É aqui que reside o poder e o peso da decisão dos consumidores lesados. Eles devem escolher entre dois caminhos espinhosos.
Caminho 1: A Aprovação do Plano e a Longa Espera
Aceitar o acordo significa concordar com os termos impostos pela 123 Milhas. A principal opção para os consumidores (classificados como credores Quirografários) é receber 100% do valor devido, mas com um prazo desanimador: o início dos pagamentos ocorre somente
6,5 anos (78 meses) após a homologação do plano. As alternativas para quem não pode esperar tanto envolvem perdas financeiras significativas, como aceitar um “desconto” de 40% na dívida ou limitar o recebimento a apenas R$ 450, renunciando a todo o valor excedente.
Caminho 2: A Rejeição e o Fantasma da Falência
Se a maioria dos credores rejeitar o plano, o cenário mais provável é a decretação da falência da empresa. Nesse caso, os ativos da 123 Milhas seriam liquidados para pagar as dívidas em uma ordem de prioridade. Legalmente, os consumidores, como credores Quirografários, são um dos últimos na fila, atrás de dívidas trabalhistas e impostos. Na prática, a chance de receber uma fração mínima do dinheiro de volta se torna remota.
As Opções Detalhadas: O Que o Plano da 123 Milhas Realmente Oferece?
Entender as cláusulas é crucial para a decisão. A proposta que mais afeta os consumidores é a dos Quirografários, detalhada em três vias principais:
- Opção A (Pagamento Integral): Recebimento de 100% do crédito, mas com carência de 6,5 anos para o início dos pagamentos , que serão feitos em 12 parcelas semestrais.
- Opção B (Pagamento Acelerado com Desconto): Recebimento de 60% do valor devido, com um “desconto” de 40%. O início dos pagamentos é antecipado para 1,5 ano após a homologação.
- Opção C (Pagamento Limitado): Recebimento de um valor máximo de R$ 450. Qualquer credor pode aderir, desde que renuncie a 100% do crédito que exceder esse teto.
A Punição Para a Inércia: O Risco de Esperar 12,5 Anos
Talvez a cláusula mais alarmante do plano de recuperação da 123 Milhas seja a consequência para quem não se manifestar. O credor que não indicar claramente sua opção de pagamento no prazo estipulado (15 dias úteis após a homologação) será automaticamente enquadrado na pior condição: começará a receber seu dinheiro somente em 12,5 anos, em 8 parcelas semestrais.
Editorial
O cenário para os credores da 123 Milhas é extremamente delicado. Eles estão sendo pressionados a legitimar um plano com prazos e condições desfavoráveis ao mesmo tempo que colocam uma ameaça de falência se o plano não for pra frente. É uma escolha entre o ruim e o pior. A recomendação é que todos os lesados se informem ao máximo através de fontes oficiais e, se possível, busquem orientação jurídica para entender as implicações de cada voto, pois a decisão impactará diretamente sua capacidade de recuperação financeira.
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FAQ – Perguntas Frequentes
1. Qual é a principal escolha que os credores da 123 Milhas precisam fazer? A escolha principal é entre aprovar o plano de recuperação judicial proposto, que inclui longos prazos de pagamento e perdas financeiras, ou rejeitá-lo, o que pode levar à falência 123 Milhas e a uma chance muito menor de reaver o dinheiro.
2. O que acontece com meu dinheiro se a 123 Milhas falir? Em caso de falência, os ativos da empresa são vendidos para pagar os credores em uma ordem de prioridade. Os consumidores (credores quirografários) são um dos últimos na fila, o que significa que o risco de não receber nada ou receber um valor muito baixo é altíssimo.
3. Qual é a pior consequência se eu aprovar o plano, mas não escolher uma opção de pagamento? Se você não escolher uma das opções de pagamento dentro do prazo de 15 dias úteis após a homologação do plano, você será automaticamente colocado na opção padrão, que prevê o início do pagamento somente após 12,5 anos.
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Plano de recuperação da 123 Milhas na Recuperação Judicial – Fontes:
- Site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para acompanhamento processual.
- Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Sobre Luiz Carlos Jr
Luiz Carlos Jr é editor da Revista Vertical Plus há mais de seis anos e apaixonado por explorar o mundo, criando conteúdos sobre destinos turísticos, experiências culturais e dicas de viagem para leitores que buscam viajar mais, melhor e mais barato. Formado em Matemática, combina precisão e planejamento para mostrar como viajar pode ser seguro e acessível. Para ele, cada viagem é uma oportunidade de viver melhor e ampliar horizontes — e um ótimo lugar para investir seu dinheiro.
