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Mudanças nas Regras de Acesso às Salas VIP: O Fim da Era do “Acesso Grátis”?

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O conforto de aguardar o voo em uma sala VIP, um benefício que se popularizou massivamente no Brasil pós-pandemia, está passando por sua maior transformação. Bancos e bandeiras, que antes disputavam clientes afrouxando as regras para a obtenção de cartões premium, agora começam a fechar o cerco.

A novidade que pegou milhares de viajantes de surpresa é a implementação de um gasto mínimo mensal no cartão como condição para usar as salas. O movimento, que começou tímido com corretoras como a XP, ganhou força com a Mastercard e, mais recentemente, com o Santander, que estendeu a regra até para cartões Visa. Esta matéria analisa o que está por trás dessa mudança, quais bancos já aderiram e por que a era do “lounge para todos” pode estar chegando ao fim.

QUIZ: Você sabe qual banco foi o primeiro a exigir R$ 5.000 de gastos mensais para acesso às salas VIP?

(A resposta será revelada ao final do desenvolvimento).

Entendendo as Novas Mudanças nas Regras de Acesso às Salas VIP

A “bomba” mais recente foi disparada pela Mastercard, mas a onda de restrições é maior. A bandeira anunciou que, para acessar suas três salas VIP próprias no mundo (todas localizadas no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos/GRU), seria necessário um gasto mínimo. A Master, no entanto, “jogou a bola” para os bancos emissores definirem esse valor, criando uma política de acesso que depende de quem emitiu o cartão.

A reação dos bancos foi imediata. Instituições como BTG, C6 Bank, Sisprime, Bradesco e Banco do Brasil se manifestaram: para acessar as cobiçadas salas Mastercard em GRU, o cliente precisará ter um gasto de R$ 15.000 nos últimos três meses (uma média de R$ 5.000 por mês).

Santander Surpreende e Inclui Cartões Visa na Restrição

O movimento que realmente acendeu o alerta do mercado foi o do Santander. O banco não apenas adotou uma regra própria, como foi muito além:

  1. Valor Mais Acessível: Definiu um gasto mínimo de R$ 1.000 mensais, um valor consideravelmente mais baixo que o estipulado pelos concorrentes para as salas Master.
  2. Expansão do Escopo: A regra não vale só para as salas da Mastercard. Ela se aplica ao benefício de sala VIP como um todo atrelado ao cartão.
  3. Atinge a Visa: Pela primeira vez, cartões de bandeira Visa, como o Santander Unlimited (Visa e Master), Unique (Visa e Master) e até o co-branded Go Smiles Visa Infinite foram incluídos na nova exigência.

Isso sinaliza uma tendência clara: os bancos estão assumindo o controle das regras para filtrar o acesso, independentemente da bandeira do cartão.

Por que Isso Está Acontecendo Agora? A “Bolha” das Salas VIP

Para entender o “porquê”, precisamos olhar para os últimos anos. Em um movimento paradoxal, os bancos criaram o próprio problema que agora tentam resolver.

  • 1. A Popularização Excessiva: Na “guerra” por clientes, os bancos facilitaram muito o acesso a cartões Black e Infinite. O que era um símbolo de alta renda, se tornou comum, inundando o mercado.
  • 2. A Superlotação Crônica: Com mais gente viajando após a pandemia e milhões de novos cartões premium na praça, o resultado foi inevitável: salas VIP superlotadas. A experiência, que deveria ser “VIP”, virou sinônimo de filas, falta de assentos e uma notável queda na qualidade dos serviços.
  • 3. O Custo da Conta: O acesso nunca foi “grátis”. O banco emissor do cartão paga ao operador do lounge (como LoungeKey, Priority Pass ou Dragon Pass) um valor por visita, estimado em cerca de 32 dólares.
  • 4. O Abuso do Sistema: O “jeitinho brasileiro” entrou em cena. Muitas pessoas começaram a colecionar cartões (o chamado “leque de cartões”) apenas pelos benefícios, sem gerar receita de gastos para o banco. Relatos de pessoas vendendo acesso de acompanhante ou fazendo “marmita” nos lounges se tornaram comuns.

O banco só ganha dinheiro de duas formas principais: anuidade ou taxas de transação (quando você usa o cartão). Se o cliente consegue isenção de anuidade, não gasta no cartão e ainda usa a sala VIP, a conta fica negativa para a instituição. A nova regra de gasto mínimo é o filtro financeiro para separar o “cliente lucrativo” do “usuário de benefício”.

Quais Bancos Já Exigem Gasto Mínimo? (O Cenário Atual)

O movimento não é exclusivo do Santander ou da Mastercard. Corretoras que viraram bancos foram as pioneiras nessa filtragem:

  • Banco BRB: Foi um dos primeiros, exigindo R$ 5.000 de gasto mensal para acesso em seus principais cartões.
  • XP Investimentos: Exige R$ 3.000 de gasto mensal OU R$ 300.000 investidos.
  • Rico: Pede R$ 3.000 de gasto e um valor mínimo investido (a partir de R$ 15.000).
  • Genial: R$ 6.000 de gasto ou R$ 200.000 investidos.

A grande mudança é que agora os “bancões” (Bradesco, BB, Santander) entraram no jogo, sinalizando que gigantes como o Itaú devem ser os próximos a anunciar suas regras.

O Que Esperar? O Viajante Terá que Fazer Escolhas

Essa transformação força o consumidor a ser mais estratégico. Aquela prática de ter 5, 8 ou até 10 cartões de crédito guardados na gaveta para “caçar” benefícios específicos vai deixar de fazer sentido.

A tendência clara é que o viajante precise concentrar seus gastos em um único “cartão principal”. Será necessário escolher a ferramenta que melhor se adequa ao seu perfil, garantindo o atingimento da meta de gastos para liberar os benefícios desejados.

Outra possibilidade, já praticada pela XP, é que os bancos passem a oferecer uma alternativa: “ou você gasta X, ou você tem Y investido”. Isso fideliza o cliente de alta renda de duas formas. O que é certo é que o acesso indiscriminado, que gerou a superlotação, acabou.

Resposta do QUIZ: O Pioneiro na Exigência de Gastos

Se você pensou na XP, quase acertou! Embora as corretoras tenham puxado o movimento de atrelar benefícios a investimentos ou gastos, o banco que estabeleceu a regra de R$ 5.000 de gastos mínimos mensais para seus cartões Black e Infinity, incluindo o Dux, foi o Banco BRB. A medida, anunciada no ano passado, foi um dos primeiros sinais claros de que o mercado estava prestes a mudar.

FAQ: Perguntas Frequentes Sobre as Mudanças nas Salas VIP

1. Todos os cartões Black e Infinite agora exigem gasto mínimo?

Não todos, ainda. Mas esta é uma tendência forte. Bancos como BRB, XP, Rico, Genial e agora Santander (para cartões selecionados) e os usuários das salas Mastercard (emitidos por Bradesco, BB, C6, etc.) já têm essa regra. A expectativa é que outros bancos, como o Itaú, se manifestem em breve.

2. O que acontece se eu não atingir o gasto mínimo em um mês?

Você perde o acesso ao benefício de sala VIP referente àquele período. No caso das regras da Mastercard, os bancos analisam os últimos três meses. No caso do Santander, é uma média mensal. O acesso só é liberado se a regra for cumprida.

3. Por que os bancos estão fazendo isso se eu já pago anuidade?

Muitos clientes conseguem isenção da anuidade por gastos ou negociação. O banco precisa ser remunerado, o que acontece principalmente pela taxa da transação (quando você usa o cartão). Se o cliente não paga anuidade e não gasta, ele gera apenas custo (como o acesso ao lounge), e a conta não fecha para o banco.

4. A regra do Santander de R$ 1.000 vale para o Amex?

Não. Segundo a análise do vídeo, o comunicado do Santander mencionou especificamente os cartões Unlimited, Unique, Advantage e Go Smiles. O American Express, por enquanto, ficou de fora dessa regra específica.

5. Como saber qual é a regra exata do MEU cartão?

A regra de ouro é: não confie em listas online para o dia da viagem. As regras mudam rápido. A única fonte segura é o aplicativo do seu banco ou o comunicado oficial que ele enviou. O C6 Bank, por exemplo, adiou o início de sua regra para fevereiro de 2026. Verifique sempre antes de ir ao aeroporto.

Conclusão: Um Filtro Necessário ou o Fim de um Sonho?

O “filtro” das salas VIP chegou. Para o viajante que já concentrava seus gastos em um bom cartão, pouca coisa muda. Na verdade, a experiência pode até melhorar, com a esperada diminuição das filas e da lotação. Para o “colecionador” de cartões, que buscava apenas o benefício sem a contrapartida do uso, o cenário se complica.

As mudanças, embora impopulares para alguns, refletem um amadurecimento necessário do mercado. A superlotação era insustentável e a conta, em algum momento, precisaria ser paga. Agora, ela chegou, na forma de um gasto mínimo mensal.

A melhor estratégia é revisar sua carteira. Qual cartão oferece o melhor conjunto de benefícios para o seu perfil de gasto? É hora de escolher seu “cartão principal” e focar nele.

Luiz Carlos Jr – Especialista em Viagens e Turismo

Sobre Luiz Carlos Jr

Luiz Carlos Jr - Especialista em Viagens e Turismo

Luiz Carlos Jr é editor da Revista Vertical Plus há mais de seis anos e apaixonado por explorar o mundo, criando conteúdos sobre destinos turísticos, experiências culturais e dicas de viagem para leitores que buscam viajar mais, melhor e mais barato. Formado em Matemática, combina precisão e planejamento para mostrar como viajar pode ser seguro e acessível. Para ele, cada viagem é uma oportunidade de viver melhor e ampliar horizontes — e um ótimo lugar para investir seu dinheiro.

Fonte:

Portal de Viagens – Quero Viagem

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