Quando pensamos em aviação, geralmente lembramos dos heróis que voaram em combate durante os grandes conflitos do século XX. São pessoas que mudaram o curso da história que pouco sabemos atualmente. A Air Transport Auxiliary (ATA), fundada no início da Segunda Guerra Mundial, era uma organização civil que prestou um grande serviço ao assumir a tarefa de transportar aviões de guerra da entre fábricas, unidades de manutenção e esquadrões de primeira linha. Durante a guerra, 1250 homens e mulheres de 25 países transportaram um total de 309.000 aeronaves de 147 tipos diferentes. E foi nesse contexto que Maureen Adel Chase Dunlop, uma argentina destemida, deixou sua marca na história da aviação.
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Nascida em 26 de outubro de 1920, em Quilmes, Argentina, Maureen era filha de um australiano e uma inglesa, o que lhe conferiu dupla cidadania. Desde jovem, ela demonstrou interesse em voar e, em 1936, durante uma viagem à Inglaterra, teve suas primeiras aulas de pilotagem. Ao retornar à Argentina, modificou sua data de nascimento para continuar voando.
Créditos – Leonard McCombe
Foto: Maureen Dunlop
Inspirada pelo exemplo de seu pai, que serviu na Royal Field Artillery durante a Primeira Guerra Mundial, Maureen viu na Segunda Guerra Mundial sua oportunidade de seguir seus passos. Junto com sua irmã, viajou para a Inglaterra, onde se alistou na ATA como piloto. Para ser aceita, Maureen precisava comprovar 500 horas de voo, o dobro do exigido para os homens.
Na ATA, Maureen e outras mulheres pilotos transportavam aeronaves para o front. Em muitos casos, elas não sabiam qual aeronave iriam pilotar até o briefing matinal. Durante seu tempo na ATA, Maureen transportou mais de trinta tipos de aeronaves, incluindo o icônico Spitfire.
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Após a guerra, Maureen tornou-se instrutora de voo da Royal Air Force (RAF) antes de retornar à Argentina, onde continuou sua carreira como piloto comercial. Mais tarde, mudou-se para a Inglaterra, onde se dedicou à criação de cavalos árabes, sua outra paixão.
Maureen Dunlop faleceu em 29 de maio de 2012, deixando para trás um legado de coragem e determinação nos céus da Europa. Sua história é um lembrete do papel fundamental das mulheres na história da aviação.
Foto de Capa: Dave Feaster